domingo, 17 de setembro de 2017

Inquietude


Há uma luz solitária no vácuo do vazio
Perdida a procura de paz
Tão distante e miníma que nem é notória.

Pesadelos e criaturas desconhecidas
Devoradores de sentimentos e sem reputação
Fora dos holofotes, inibido em sua prórpia solidão
Onde é o paraíso?

Quão sofrido tem sido os últimos dias?
Quantas lições poderia ensinar sobre a falta de amor?
Parece um jogo
Eu sou sempre o jogador que perde.

Onde você se esconde?
Por que sempre me deixa pra trás?
Qual é a estrada que me leva até o seu encontro?

Depois de tantas tempestades
Ainda vivi o horror de dias sombrios
Ecos perdidos em um silêncio ensurdecedor

Miticulosamente preso em uma ânsia sem fim
Olhares além da fronteira
Lágrimas esquecidas e jogadas ao vento

Despareco em você..

sábado, 5 de agosto de 2017

Purificação

Do passado ao presente.
Da escuridão a feixes de luz.
Do abismo ao concreto.
Da melancolia ao bem estar.

São tempos de remição e de purificação. Limpeza da alma. Clareamento das curvas e trechos que antes obscuros, vêem à tona para uma melhor visão.

O recomeço é sempre a solução para acreditar-se que ainda existe fé. Recomeçar quantas vezes for preciso, e mesmo que em cacos, machucado, destruído ou em ruínas...levantar a cabeça e aceitar que o sol também nasce em nossa janela, mesmo que timidamente, vem clarear e aquecer os dias frios em que a alma pede refúgio para moradas distantes e que fogem de nossa capacidade física de suportar.


Viver acordado e consciente. Buscar forças interiores e lutar com garra contra as adversidades. Viver na escuridão e na melancolia sempre fará parte da história, mas em algum ponto, retomais a luz sagrada que antes era brasa em dias de glória.
Quando tudo parece desmoronar a minha volta, quando tudo parece estar por um fio e não há ninguém realmente lá com você, nessas horas, no pico mais alto da noite, acredite e glorificai-te em suas próprias energias a procura de um refúgio, de um templo que conforte e enobreça-te novamente.

Lute. Seja guerreiro. Mas abrace os momentos e se permita viver cada etapa, da escuridão ao clarão, da angústia a euforia. A vida é louca, a vida é breve, a vida é uma memória perdida em alguma das entrelinhas imortais.

sábado, 6 de maio de 2017

A Solidão


É tarde da noite e o inverno se aproxima. Em minhas memórias estão lembranças de um passado que mesmo engavetado, fica entreaberto e vez ou outra faço uma viajem pra lembrar das ruínas, dos abismos, da melancolia que agora se transformou em solidão.
Detalhes são preciosos e a única companhia visível nessa madrugada fria. Uma música triste ecoa pelo ambiente e petrifica os buracos machucados causados por ilusões perdidas em algum memorial de frustrações amorosas.
Amedronta o passar dos anos, os cabelos brancos que vão aparecendo e uma inocência e simplicidade que vai ressurgindo da época em que eram tempos mais simples e felizes.

(...) tic-tac tic-tac toc

O silêncio reside em mim, o espasmo pela chegada que nunca se vinga e pela partida prometida. Profetizando as mesmas histórias e realinhando as velhas esperanças de sempre. É caótico e vicioso, circular e contínuo, Como um camundongo que roda em sua gaiolinha, como um cavalinho de parques de diversões no carrossel.
Diante do espelho uma faceta estranha, que parece não pertencer a mim e que está presa nesse corpo. O desabrochar das mágoas é assustador e permanente. Causa estranheza e mantém uma atmosfera retrógrada a medida que olhares vagos se formam curiosos em busca de alguma resposta pela incógnita que se forma no pairar de seu semblante cansado e desanimador.

Adoravelmente coloca-se em posição de abandono e se conforta com o arrependimento nas moradas do seu choro ingênuo e puro. Retorna as gavetas e percebe que aquelas fotografias, aqueles escritos, aquelas lembranças pertencem a mesma pessoa sim e conclui que o que fica é a essência.

(...)

Estrelas tímidas no céu iluminam o recesso de sua angústia. A névoa do amanhecer anuncia o retrato de suas cicatrizes já gélidas e pálidas pelo passar dos anos. Não resta nada além de acreditar em mentiras empoeiradas e pendurar-se no único fio de verdade que ainda possa existir: a si mesmo...

segunda-feira, 13 de março de 2017

REFLEXOS

Feixes de melancolia transparecem-se pelo espelho do quarto silencioso
Agonia do tic tac do relógio
Parece uma eternidade pensar em quão lento a dor consome seus vícios

Vivendo um sonho dentro de um pesadelo
Experimentando a adrenalina e o horror
Alterna entre o bom e o ruim
O imediato e a espera
O sorriso e a lágrima
A ida e a vinda

Calibra a mente com um fim antecipadamente trágico
Perdido em seus medos
Abraçando seus monstros
Assombrando outras almas
Errando repetidamente na mesma armadilha

Transporta para seu infinito de ilusões
Desconhece seus velhos truques
Desconcerta-se em seus reflexos fodidos

A sombra e o proibido em um tom ofuscado de sofrimento...

domingo, 4 de dezembro de 2016

Vultos

Noite chuvosa, pensamentos dispersos...
É sempre a mesma história, aquela velha solidão que não me larga
Caindo em cada abismo, sentindo cada pancada

Anjo machucado, alma dilacerada
Fantasmas que trazem de volta as memórias mais dolorosas de um passado inapagável
Surto e melancolia por algo que explodiu em um milhão de peças perdidas que jamais poderão ser juntadas novamente.

O sentimento alheio as vontades, a saudade repartida
As mágoas estocadas em um peito lutador
Farejando as migalhas, mas o vento já soprou a esperança...

Pupila dilatada, as lágrimas confortam as feridas
Vultos que assombra em cada pesadelo
Sombras que cobrem e expressam a dor mais doída que se possa sentir

O túnel se fecha e não há sequer um feixe de luz
A escuridão é o único galho pra se agarrar diante de toda a queda do coração


Amanhece em tons tristes e acinzentados de amargura
Gentilmente o sol nasce sob seus olhos marejados
Velando sem porto, a procura de um outro, um outro amor
Pra preencher o vazio do teu corpo!